Câncer de próstata: tratamentos e cirurgia robótica

O câncer de próstata é o tumor mais comum no público masculino, especialmente após os 50 anos. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que, entre 2020 e 2022, cerca de 65 mil novos casos de câncer de próstata serão descobertos a cada ano no Brasil.

Um a cada seis homens será diagnosticado com câncer de próstata durante a vida. Mesmo assim, conforme pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia, 51% dos homens nunca foram a uma consulta com um médico urologista. 

As visitas a esse profissional são em geral indicadas em uma vez por ano após os 40 anos, não só para o diagnóstico do câncer de próstata mas também para a prevenção secundária dele. Afinal, 90% dos casos de tumores da próstata são curáveis quando se tem um tratamento precoce. 

Fatores de risco para o câncer de próstata

O câncer de próstata está intimamente ligado a uma condição: a idade. Mas existem outros fatores que podem colaborar para o desenvolvimento da doença. Confira:

  • Histórico familiar de câncer de próstata;
  • Sobrepeso e obesidade;
  • Má alimentação;
  • Falta de exercícios físicos;
  • Raça negra.

Diagnóstico do câncer de próstata

A primeira fase para o seu diagnóstico consiste em dois exames muito simples: o toque retal e o exame de sangue para dosagem do Antígeno Prostático Específico (PSA). Juntos, esses dois testes são capazes de identificar até 80% dos casos. 

O valor do PSA indicado para homens de até 50 anos é de 2,5 ng/ml, no máximo. Caso o toque ou o exame de sangue (PSA) dêem resultados alterados, passa-se a uma segunda fase para o diagnóstico com a realização de exames mais sofisticados, como ressonância magnética e biópsia da próstata.

Em relação à biópsia, ela é feita com sedação e conta com o auxílio de uma ultrassonografia. Após encontrar o local suspeito do tumor, o médico retira com uma agulha um mínimo fragmento da próstata para ser analisada emmicroscopia. O procedimento não costuma durar mais que 10 minutos e o resultado geralmente é disponibilizado dentro de uma semana. 

Sintomas do câncer de próstata 

Nem sempre o tumor na próstata dá sinais ou gera sintomas físicos, mas, eventualmente, alguns indícios parecem em forma de:

  • Dificuldade de urinar;
  • Aumento da frequência urinária;
  • Diminuição do jato urinário;
  • Sangue na urina;
  • Sensação de queimação ao urinar;
  • Dores no corpo e nos ossos.

Tratamento para o câncer de próstata

O tratamento para o câncer de próstata depende de fatores individuais. Logo, a terapia indicada precisa ser pensada para cada paciente em particular. Algumas questões que devem ser observadas antes de iniciar o tratamento são a localização do tumor e a agressividade da doença. 

Vigilância ativa:

Pacientes com risco baixo podem apenas serem submetidos ao acompanhamento vigilante da doença. Nesses casos, é necessário monitorarmos a evolução do tumor com exames de sangue contínuos para aferição do PSA, além de ressonâncias e biópsias intercaladas. Caso aconteça progressão da doença outros tratamentos deverão então serem indicados pelo urologista. 

Radioterapia:

A radiação ionizante é uma opção validada de tratamento, especialmente naqueles pacientes que não desejam ou não têm condições clínicas de serem submetidos à cirurgia.

Terapia focal:

Também em casos “leves” e bem selecionados, a energia térmica, a crioterapia ou mesmo ondas ultrassônicas podem ser utilizadas para destruir nódulos dentro da próstata:

   • Hifu:

O high intensity focused ultrasound (Hifu) é um tratamento minimamente invasivo feito sob sedação o qual utiliza-se de um aparelho introduzido por via retal para a emissão de ondas térmicas que buscam a destruição do tumor ou parte da glândula prostática.

Cirurgia:

Finalmente, o tratamento tido como padrão ouro para o tratamento curativo do câncer de próstata é a prostatectomia radical. 90% dos pacientes submetidos à cirurgia ficam livres da doença após a operação. Atualmente ela pode ser realizada por via aberta (cirurgia tradicional), por laparoscopia ou através da mais moderna e menos invasiva técnica: a cirurgia robótica. 

Cirurgia Robótica: a melhor opção

A cirurgia feita com o auxílio do robô é reconhecida por concentrar diversas vantagens – tanto (e principalmente) para o paciente mas também para o cirurgião.

Para o paciente, as principais vantagens são uma melhor visualização e mobilidade das estruturas anatômicas e a rápida recuperação pós-operatória. Isso acontece porque a cirurgia é realizada de forma pouco invasiva com pequenos orifícios no abdome onde são inseridas as pinças robóticas multiarticuladas e a câmera em 3D que auxilia na visualização magnificada do tumor.

A vantagem para o cirurgião está na hora da operação, quando ele faz todo o procedimento confortavelmente sentado, operando os braços do robô com as pinças e a câmera através de uma espécie de “joystick”. O sistema robótico garante maior precisão, evita tremores e assegura mais flexibilidade de movimentos.

Outras vantagens importantes a serem destacadas com essa tecnologia são: minimização de sangramentos, menor dor pós-operatória e menor chance de infecção hospitalar.

Todos esses fatores refletem em uma maior segurança e melhores resultados do ponto de vista oncológico e funcional ao paciente, possibilitando a preservação das estruturas responsáveis pela continência urinária e pela função sexual do indivíduo.

Se você é um homem e chegou à meia idade, está na hora de prestar atenção na sua saúde. Procure um médico urologista e faça exames periódicos. Lembre-se que quanto mais cedo uma doença é descoberta, maiores são as chances de se ver livre dela. 

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